Em tupi-guarani essa palavra significa garça vermelha. A represa de Guarapiranga só existe há pouco mais de oitenta anos. Antigamente toda a área era habitada apenas por índios tupis-guaranis. Com o tempo os brancos foram se apoderando das terras dos índios para instalar suas fazendas de criação de gado. Aos índios restaram apenas três aldeias, que existem até hoje: uma no bairro de Barragem em Parelheiros, outra no Cupurutu, também em Parelheiros, e a terceira em Embu-Guaçu. Essas pequenas comunidades indígenas vivem do artesanato.
História da Represa de Guarapiranga e o Abastecimento de água de SP
A Light em 1907 concluiu as obras da represa de Guarapiranga, com 1,5 km de comprimento, 19 metros de altura e capacidade para armazenar 200 milhões de metros cúbicos de água. Para a construção da represa foi erquida a barragem do rio Guarapiranga, afluente do rio Pinheiros. Portanto embora Guarapiranga tenha sido o primeiro reservatório construido na região, sua utilidade era para regularizar a vazão do rio Tietê, que fora muito reduzida por causa da estiagem.
Entre 1924 e 1925 outra longa estiagem deixou São Paulo com problemas de abastecimento de água. Nessa época, enquanto a Repartição de águas e esgotos estudava a possibilidade de aproveitar a vazão do rio Claro para auxiliar no abastecimento da Capital, surgiu a idéia de utilizar para esse fim o reservatório de Guarapiranga.
Entre 1924 e 1925 outra longa estiagem deixou São Paulo com problemas de abastecimento de água. Nessa época, enquanto a Repartição de águas e esgotos estudava a possibilidade de aproveitar a vazão do rio Claro para auxiliar no abastecimento da Capital, surgiu a idéia de utilizar para esse fim o reservatório de Guarapiranga.
Em 1928, o então Governador do Estado de São Paulo, Julio Prestes, promulgou o decreto nº 4.487 que previa a retirada de até 4 metros cúbicos por segundo da Represa de Guarapiranga para o abastecimento da Capital. No entanto, em virtude do crescimento de São Paulo, o volume de água retirado de Guarapiranga se tornou insuficiente para atender a população. A partir de 1958, por meio de um acordo entre o governo do Estado e a Light, a represa passou a ser usada exclusivamente para abastecer a cidade.Atualmente a região metropolitana de São Paulo conta com o abastecimento de água, com as represas Billings e Guarapiranga e com o sistema Cantareira. A Guarapiranga continua responsável pelo abastecimento de 3 milhões de pessoas na zona sul.
Além dos rios Embu-Guaçu e Embu-Mirim, que formam a represa, são muitos os córregos e ribeirões que lhe fornecem água. Seus nomes: Ribeirão Itaim, Lavras, Represa e Fazenda da Ilha, e os córregos Luzia, Itararé, Campo Fundo, Piqueri, Itupu, Guavirutuba, São José, Rio Bonito, Rio das Pedras, Tanquinho e Casa Branca. São eles que mantém viva a nossa represa, e ao mesmo tempo são eles que atualmente a estão matando, de tanto levar para ela a sujeira que desce dos loteamentos irregulares e favelas que não possuem redes de esgoto. O reservatório e a barragem passaram a ser importantes em 1928, quando a cidade de São Paulo começou a crescer.
A represa se tornou a principal fonte de abastecimento público de água, fornecendo 1 metro cúbico por segundo para a estação de tratamento de Teodoro Ramos. Em 1958, com a construção da estação de tratamento do Alto da Boa Vista, a Guarapiranga passou a fornecer 9,5 metros cúbicos por segundo, o que tornou obrigatória a elevação do seu nível de água. Naquela época a região de Socorro, onde está a barragem, era quase totalmente desabitada. Para se ter uma idéia, o município de Santo Amaro era ligado a São Paulo pela avenida Santo Amaro, que não passava de uma estrada de terra. Havia também uma linha de bondes, que seguia pela atual Av. Vereador José Diniz. Esse bonde, que era amarelo, vinha apitando para espantar o gado, e atravessava o rio Pinheiros por uma ponte só de trilhos, que a rapaziada costumava atravessar a pé para provar coragem.
A represa é famosa também por ter sido palco de vários acontecimentos históricos, muito significativos para todos nós paulistanos e brasileiros. Foi nela que em 1928 pousaram os pioneiros da travessia aérea do Atlantico Sul, vindos de Gênova, na Italia: Francesco de Pinedo, Carlos del Prete e Vitale Zacchetti, a bordo do hidro-avião S.55 "Santa Maria", foram recebidos com uma grande festa popular quando aqui chegaram. Logo depois foi a vez do brasileiro João Ribeiro de Barros repetir o feito, a bordo do seu hidroavião Jau, que hoje infelizmente está sendo comido pelos cupins no Museu da Aeronáutica. Outros pioneiros da aviação que passaram pela represa foram Gago Coutinho e Sacadura Cabral. Em homenagem aos italianos foi erguido um monumento no bairro da Capela do Socorro, junto à avenida de Pinedo.
Embutida no pedestal da estátua há uma legítima coluna coríntia romana, de mais de 2000 anos, presente do então presidente italiano Mussolini aos heróis da travessia. Rotulado de fascista, o monumento foi objeto de muita polêmica, e durante a gestão de Janio Quadros na Prefeitura de São Paulo, ele foi removido para outro local; hoje, em seu lugar, existe somente uma placa comemorativa. É na região da barragem que hoje é feita a captação de água pela SABESP, para abastecer a cidade de São Paulo. A represa fornece água para 20% da população da Grande São Paulo, o que representa dois milhões e meio de pessoas bebendo dessa água.
Em 1976 houve uma cheia excepcional. Choveu sem parar, dias e dias seguidos, e o nível da represa subiu tanto que foi preciso reforçar a barragem com sacos de areia, para que a água não transbordasse e inundasse a região de Socorro, ou pior ainda, derrubasse o paredão. Se isso acontecesse, até a avenida Brasil ficaria um metro debaixo d'água. A barragem foi reforçada e tudo não passou de um grande susto. Hoje em dia a represa cobre uma extensa área na região sudoeste da Grande São Paulo, na divisa com os municípios de Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu. Apesar de já estar praticamente cercada pela cidade, que nos últimos anos avançou muito para o sul, a região da represa ainda possui alguns grandes trechos cobertos por matas.
A Represa vira praia para paulistanos
A Represa oferece ainda lindas paisagens, algumas praias de areia, um grande número de pássaros típicos do Pantanal, um bom número de restaurantes, clubes, marinas e alguns parques, a região não está sendo desenvolvida para o turismo como merece, mas pelo contrário, está havendo uma destruição de suas belezas naturais.
Nos finais de semana milhares de paulistanos freqüentam a represa nos finais de semana para nadar, pescar, praticar esportes náuticos entre outras atrações.
Existem muitos esportes sendo praticados nesta represa assim como velas e regatas.
Vale a pena dar uma conferida!
Endereço:
Represa de Guarpiranga Altura do número 3.770 da av. Robert Kennedy (Antiga Av. Atlântica )