Falar sobre o Pátio do Colégio é relembrar as origens de uma cidade - São Paulo - hoje considerada a terceira maior do mundo, e cujas marcas estão claramente fixadas no encontro de raças e na expansão do cristianismo.
Sob os olhares curiosos dos Guainás e Tupiniquins, um grupo de treze padres da Companhia de Jesus, da qual faziam parte José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, escalaram a serra do mar chegando ao planalto de Piratininga. Do ponto de vista da segurança, a localização topográfica de São Paulo era perfeita: situava-se numa colina alta e plana, cercada por dois rios, o Tamanduateí e o Anhangabaú.
Reuniram-se em torno de uma cabana construída pelo cacique Tibiriça, no planalto de Inhapuambuçu, e ali celebraram a famosa missa de 25 de janeiro de 1554. A data corresponde ao dia da conversão do apóstolo Paulo que, por sua vez, justifica o nome dado à cidade. Desde então, essa solenidade constitui-se na certidão do nascimento de São Paulo.
A humilde cabana de pau-a-pique, cujas paredes eram feitas com uma armação de paus e cipós preenchida de barro socado, desprovida do mínimo conforto,abrigava também um seminário e uma escola. Nela, José de Anchieta, fervoroso apóstolo de Cristo, iniciou seu trabalho como educador de nativos, mais conhecido como catequese. Em 1556, o padre Afonso Brás, precursor da arquitetura brasileira, foi o responsável pela ampliação da construção original,que recebeu oito cubículos para servir de residência aos jesuítas.Uma disputa entre colonos e religiosos culminou com a expulsão dos jesuítas no ano de 1640, cujo regresso só aconteceu 13 anos depois.
Um novo conjunto de colégio - onde foram instalados os primeiros cursos de filosofia, teologia e artes e uma biblioteca e capela foi construído com a volta dos jesuítas em 1653 ocupando uma área de 1.1502,52 m2. Para essa construção foi utilizada uma técnica mais aprimorada:a taipa de pilão.
Mais uma ampliação, e o Colégio foi incorporado ao edifício principal em uma ala perpendicular na lateral direita, no ano de 1745. Os jesuítas foram expulsos novamente, por decreto do Marquês de Pombal em 1759, com repecussão mundial que resulta na supressão da Companhia de Jesus, que só será recobrada no ano de 1954. Isso provoca uma completa alteração em tudo que havia sido feito até então.
, ( Eu e meu grande amigo Márcio Henrique Cunha )
O governo então se apropria dos bens da Companhia de Jesus e o antigo casarão colonial é completamente descaracterizado por profundas reformas até se transformar no Palácio dos Governadores no período entre 1765 e 1908. Foi nessa época também que a igreja perde seu precioso patrimônio como consequência de um desmoronamento de causas desconhecidas.
Entre 1932 e 1953, o então Palácio do Governo é transformado na Secretaria da Educação o que de certa forma, dá ao edifício uma função mais próxima de sua vocação original. Finalmente, o ano de 1954 marca a retomada do projeto original. A Companhia de Jesus recebe de volta as instalações e dá-se início à reconstituição do Colégio, nos moldes da terceira construção , permanecendo remanescentes a Cripta, parte de uma parede em taipa de pilão e o antigo torreão.
Hoje, quem visita o complexo Pátio do Colégio encontra o museu Padre Anchieta, o auditório Manoel da Nóbrega, onde são realizados eventos culturais, a Galeria Tenerife,a praça Ilhas Canárias com seu Café do Pátio, a Capela Beato José de Anchieta, onde estão guardados o Fêmur de José de Anchieta e seu manto, a Cripta Tibiriçá e a Biblioteca.
Informações:
Fone: 3105-6898
Endereço: Praça Pateo do Collegio, n°2 - Centro - São Paulo - SP
CEP: 01016-040
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