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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Mosteiro de São Bento

                               






                              O Mosteiro de São Bento no Coração de São Paulo

O Mosteiro de São Bento é um símbolo importante para a cidade de São Paulo. Com mais de 400 anos de História, o Mosteiro sempre teve grande influência na cidade. Vale lembrar a própria localização em que foi construído o cenóbio beneditino. O local era a Taba do Cacique Tibiriçá. Foi doado pela Câmara de São Paulo em 1600 aos monges. Segundo o documento de doação das terras, guardado no arquivo do Mosteiro, o local era “o mais importante e melhor, depois do colégio”. Com o crescimento da Vila ainda no Século XVII, Fernão Dias Paes Leme, o “Governador das Esmeraldas”, ampliou a igreja e melhorou as dependências do Mosteiro.

Anos depois, com a aclamação popular de Amador Bueno – um importante personagem da vila paulistana – como Rei em São Paulo, este recorre aos monges beneditinos, a fim de acalmar a população – interessante episódio histórico que assinala o primeiro grito de independência em terras do Brasil. Evitando aqueles que queriam fazê-lo rei apressadamente, rumou em direção ao templo onde refugiou-se. Os paulistas seguem ao seu encalço gritando: “Viva Amador Bueno, nosso Rei!”, ao que ele replicou muitas vezes: “Viva o Senhor D. João IV nosso Rei e Senhor, pelo qual darei a vida!”. Para que Amador Bueno não perdesse sua vida por não aceitar tal aclamação, o Abade e a Comunidade Monástica acalmaram os ânimos do povo. Amador Bueno estava então a salvo.

São dependentes do Mosteiro de São Bento de São Paulo, o Mosteiro de São Bento de Sorocaba, fundado em 1667 e o Mosteiro de São Bento de Jundiaí de 1668. Além destes, foram fundados mais dois: Santana do Parnaíba (1643) e Santos (1650).

A construção atual do Mosteiro não é a mesma de séculos anteriores. Trata-se da quarta construção. À demolição do antigo edifício, muito decadente em fins do Século XIX, seguiu-se a construção do Gimnásio de São Bento – hoje Colégio de São Bento – em 1903. Mas foi em entre 1910 e 1912 que o cenário mudou. São Paulo passava por grande processo de urbanização. Sua população aumentava, ganhando relevância no cenário nacional. O Mosteiro seguiu este ritmo e em 1910 deu início à construção da nova Igreja e Mosteiro. A construção compõe-se do estilo da escola artística de Beuron, projeto de Richard Berndl – Professor da Universidade de Munique e um dos melhores arquitetos da Alemanha. É desta época a decoração interna em estilo Beuronense foi feita pelo beneditino belga Dom Adelberto Gressnigt. A Basílica só foi consagrada em 1922. Nesta época foram instalados os sinos e o relógio, tido como o mais preciso de São Paulo.

Breve histórico do Mosteiro de São Bento

Pode-se dizer que o sítio histórico que abriga o Mosteiro de São Bento é o mais antigo de São Paulo. A instituição completou em 1998 seu IV centenário de ocupação ininterrupta no mesmo local. Cabe lembrar que o Pátio do Colégio, marco de fundação da cidade, passou por várias transformações e de 1765 a 1932, abrigou o Palácio do Governo.

A fundação do Mosteiro de São Bento data do fim do século XVI ou mais exatamente, de 14 de julho de 1598. Segundo documentação da época, foram concedidas duas Sesmarias pelo Capitão-Mor Jorge Correia, as quais seriam a base da fundação beneditina na pequena vila.

O terreno cedido a São Bento era o mais bem localizado, depois daquele do Colégio dos Jesuítas, ficando exatamente no alto da elevação, entre as águas do Anhangabaú e do Tamanduateí, abrangendo de um lado até o Vale do Anhangabaú e do outro, até a atual 25 de Março, inclusive.

O mosteiro teve como fundador um paulista de nome Simão Luís, nascido em São Vicente, o qual mais tarde passou para a história, com o nome de Frei Mauro Teixeira. Discípulo do Padre José de Anchieta, conheceu o Cacique Tibiriçá e anos depois, construiu, no mesmo local onde existira a Taba do glorioso índio, uma igreja em homenagem a São Bento. Aí levantou um pequeno santuário, que conservou, durante algum tempo, sob seus cuidados.

A 15 de abril de 1600, os oficiais da Câmara ratificaram, o que já havia sido feito por seus colegas, a Frei Mauro Teixeira: “Carta de chãos de sesmaria, para o sítio do convento”, por “constar ser como o dito padre diz e alega, por serviço de Deus Nosso Senhor e de seu servo, o bem aventurado São Bento”, “os quais chãos serão para o convento, mosteiro, ou casa do dito santo, fôrros livres e isentos de todo tributo e pensão, de hoje até o fim do mundo”.

Graças a Fernão Dias Pais, foi construído um novo templo. Em janeiro de 1650, foi lançada a pedra fundamental para sua construção. As imagens de São Bento e Santa Escolástica que vemos hoje na atual basílica, da autoria de Frei Agostinho de Jesus, datam desta época. Os restos mortais de Fernão Dias Paes e de sua esposa se encontram na cripta do mosteiro.

Em Julho de 1900 D. Miguel Kruse assume a direção do mosteiro e inicia um novo período na história de São Paulo. Seus primeiros esforços são no sentido de dotar o mosteiro de um bom colégio secundário. Surge assim, em 1903, o Colégio de São Bento. Logo após, em 1908, funda a Faculdade de Filosofia, que seria a primeira do Brasil. Em 1911, instala a primeira Abadia de Monjas Beneditinas da América do Sul, o Mosteiro de Santa Maria – próximo à Avenida Paulista.

É também de iniciativa de D.Miguel Kruse a construção de uma nova Abadia e um novo mosteiro. Em 1910 tem início a nova construção segundo projeto do arquiteto Richard Berndl da cidade de Munique, Alemanha. Quatro anos mais tarde, em 1914, estava completo o conjunto beneditino que conhecemos hoje: a Basílica de Nossa Senhora da Assunção, o Mosteiro e o Colégio de São Bento, marco histórico, cultural e turístico de grande importância para a cidade de São Paulo.




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