Até o final da década de 1930 os fiéis ortodoxos de
São Paulo tinham somente a pequena igreja da antiga Rua Itobi, hoje Rua
Cavalheiro Basílio Jafet, na região da Rua 25 de Março, para praticar seus
ritos e cumprir os preceitos religiosos.
Em 1939 foi comprado um
terreno na Rua Vergueiro, no bairro do
Paraíso, onde foi construído o mais
esplendoroso e maior templo bizantino da América do Sul, dedicada ao
Santo Apóstolo Paulo, padroeiro da cidade. Seu projeto foi concebido
pelo arquiteto Paulo Taufik Camasmie, em puro estilo bizantino, nos moldes
da grande Basílica de Santa Sofia de Constantinopla (atual Istambul na
Turquia).
Seu interior é revestido de
mármore, mesmo material no qual foi trabalhado o belo iconostácio vindo da
Itália, doado por Assad e Gorgie Assad Abdalla. A Catedral não só tem a
função de manter a pura continuidade dos ritos e da tradição da Igreja
Ortodoxa em terras brasileiras, como também de ser um centro de informação
e difusão da espiritualidade e vivência do Cristianismo Ortodoxo para
todas as pessoas e grupos que nos procuram para ter um conhecimento mais
profundo sobre os vários temas relacionados à Ortodoxia: sua arquitetura,
cântico litúrgico, seu papel e participação ecumênicos no desenvolvimento de
relações com as várias denominações cristãs e religiões não cristãs presentes
em nosso país.
Na secretaria da
Catedral o atendimento à comunidade, de segunda-feira a sábado, é
diversificado, através do qual os fiéis e amigos podem ter esclarecimentos
sobre os sacramentos e todas as cerimônias, bem como ali são desenvolvidos
trabalhos de cunho pastoral e catequético, para que todos possam ter uma maior
proximidade com nossa comunidade de fé.
A Catedral, por ser sede
da Arquidiocese, tem a presença constante de seu superior maior, Dom Damaskinos
Mansour, Arcebispo Metropolitano de São Paulo e todo o Brasil, na função desde
1997, coadjuvado por Dom Romanós Dawoud, Bispo Auxiliar, e pelos reverendos
Padres, Diáconos e Hipodiáconos de nosso Clero, assim como por um grupo de
leigos que compõem os conselhos da Igreja.
A Catedral, atualmente,
integra o guia turístico da cidade de São Paulo e foi recentemente restaurada.
A primeira fase da restauração teve como foco principal a recuperação da
fachada, a impermeabilização do teto e o reforço de sua estrutura. As cúpulas
também foram revestidas com lâminas de metal dourado, foram colocados holofotes
no interior das torres e o carrilhão dos sinos foi recuperado. A Catedral
está aberta a visitação pública no horário de funcionamento da secretaria.
Excursões e grupos de estudo deverão agendar antecipadamente, por telefone, dia
e horário.
A
ARQUITETURA DA CATEDRAL
A
Catedral Metropolitana Ortodoxa é uma construção típica da arquitetura bizantina,
inspirada na Basílica de Santa Sofia em Constantinopla, capital do Império
Bizantino, atual Istambul, localizada no território da Turquia, como já dito
anteriormente. A arte bizantina tem como objetivo expressar a autoridade
absoluta do Imperador, considerando-o sagrado, um representante de Deus com
poderes temporais e espirituais. No caso da Catedral Ortodoxa de São
Paulo, destaca-se o equilíbrio de uma grande cúpula sobre uma planta quadrada.
Internamente possui uma sucessão de janelas e arcos, criando um espaço de
grande beleza e amplitude.
A pintura interna merece destaque. Seus vitrais são
verdadeiras obras de arte, bem assim os ícones pintados em afrescos e telas,
revestindo as paredes internas. No altar e nas laterais há fileiras de
colunas marmorizadas cujos capitéis dourados são em estilo coríntio. Seu
revestimento interno é feito em mármore da região de Carrara (Itália),
inclusive o iconostácio, diferenciando-o de outras igrejas ortodoxas que, na
sua maioria, utilizam a madeira como matéria prima.
O Iconostácio da
Catedral Ortodoxa Metropolitana contém 65 ícones e é encimado por três cruzes
("tripostatos", palavra de origem grega que significa a localização
do tríplice altar para o sagrado ofício da Santa Missa). No
centro, onde há a porta régia, pode-se observar do lado direito ao ícone de
Jesus Cristo, a imagem de São João Batista, o precursor de Jesus e do lado
esquerdo, a imagem de Nossa Senhora e do padroeiro da Igreja, que neste caso é
o Santo Apóstolo Paulo.
Outros ícones
compoem o iconostácio, dentre os quais destacam-se Santo Elias, São Jorge, os
Arcanjos Rafael, Miguel e Gabriel, a Anunciação da Virgem Maria, Santo Inácio,
Santa Bárbara, Santa Tacla, Santa Maria do Egito, São João Crisóstomo, São João
Damasceno, São Cosme e São Damião e os doze Apóstolos.
No lugar de Judas
Iscariotes, o Traidor, encontra-se o ícone de São Matias, que é o Apóstolo
escolhido pelos discípulos de Cristo, conforme consta da Sagrada Escritura
(Atos, 2; 15-26).